Esta descoberta é particularmente promissora, pois a microalga já está aprovada para consumo humano na Europa, facilitando o desenvolvimento de nutracêuticos.

A osteoporose é uma doença crónica que resulta de um desequilíbrio na renovação do tecido ósseo, onde a destruição supera a regeneração. Segundo o investigador Paulo Gavaia, “o problema começa quando a destruição do osso passa a ser mais rápida do que a sua regeneração”.

Os tratamentos atuais são limitados, pois atuam unilateralmente, ou bloqueando a degradação ou estimulando a formação óssea, o que pode interromper a comunicação celular e ter eficácia limitada a longo prazo.

A equipa do CCMAR, em colaboração com a Universidade do Algarve e outras instituições, investigou um extrato da Skeletonema costatum usando culturas de células e modelos animais como o peixe-zebra.

Os resultados, notáveis, mostraram que o extrato reequilibra o metabolismo ósseo sem interferir na comunicação saudável entre as células.

Em vez de bloquear o processo natural, o extrato regula os mecanismos imunitários que o afetam, ajudando o corpo a recuperar o seu equilíbrio. Alessio Carletti, primeiro autor do estudo, destaca esta abordagem inovadora: “Em vez de suprimir o metabolismo ósseo, ajudamos o corpo a recuperar o equilíbrio, algo raro nos tratamentos convencionais”.

O aspeto mais significativo é a viabilidade de aplicação. Como a microalga já é cultivada e aprovada para consumo, o desenvolvimento de suplementos alimentares funcionais pode ser muito mais rápido do que o de novos fármacos, abrindo caminho para uma terapia mais natural, preventiva e sustentável.