A sua principal inovação reside na metodologia: pela primeira vez, a relação entre obesidade e Alzheimer foi demonstrada através de biomarcadores no sangue, uma abordagem que se revelou mais sensível do que os exames cerebrais tradicionais, como a Tomografia por Emissão de Positrões (PET). Cyrus Raji, um dos autores do estudo, afirmou: “É a primeira vez que demonstramos a relação entre obesidade e Alzheimer medida através de biomarcadores sanguíneos”. Esta descoberta adiciona a obesidade à lista de fatores de risco modificáveis já conhecidos para a doença de Alzheimer, como a hipertensão, a diabetes tipo 2 e o sedentarismo.

A implicação desta descoberta é profunda para a saúde pública.

Com o aumento global das taxas de obesidade e o envelhecimento da população, compreender como fatores de estilo de vida impactam a saúde cerebral torna-se crucial. A identificação da obesidade como um fator de risco que pode ser monitorizado através de simples análises ao sangue abre novas vias para a prevenção e intervenção precoce. Estratégias focadas na gestão do peso durante a meia-idade podem, assim, tornar-se uma componente vital na redução da incidência de Alzheimer, uma das doenças mais devastadoras da atualidade, que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.