A inovação tecnológica em ferramentas de pedra foi crucial para a sobrevivência e revela a notável flexibilidade comportamental dos nossos antepassados. A investigação, publicada no Journal of Palaeolithic Archaeology, utilizou métodos inspirados na ciência forense para analisar a corrosão em ferramentas de pedra encontradas no sul de Omã, um corredor crucial para as migrações humanas.

Ao estudar a patinação, uma alteração mineral na superfície dos artefactos, a equipa distinguiu duas vagas de migração distintas, separadas por milhares de anos. A segunda vaga coincidiu com um período de crescente aridez e destacou-se por uma inovação notável: a produção de ferramentas de pedra significativamente menores e mais eficientes, embora utilizando a mesma tecnologia africana ‘Levallois Nubiense’.

Jeffrey Rose, autor principal do estudo, afirma que "descobrimos uma história que estava literalmente espalhada pelo solo do deserto".

Segundo ele, as ferramentas miniaturizadas "sugerem um grande salto em termos de criatividade e resolução de problemas, e podem representar um dos primeiros exemplos da nossa espécie a encontrar uma saída para uma crise ambiental". Esta mudança para utensílios mais pequenos e padronizados não era apenas uma questão de estilo; representava uma adaptação estratégica.

As pontas de pedra menores exigiam menos matéria-prima e podiam tornar as armas de caça mais eficazes, oferecendo maior precisão. Esta tendência de miniaturização não foi um fenómeno isolado, tendo sido observada noutras partes do mundo no mesmo período, o que sugere uma mudança global na capacidade humana de resolução de problemas. A localização de Omã na Rota de Dispersão do Sul torna esta descoberta uma peça-chave para compreender essa transformação.