A descoberta, publicada na Nature Communications, abre caminho para o desenvolvimento de novos probióticos terapêuticos.
A investigação, conduzida no Instituto Gulbenkian de Medicina Molecular, centrou-se na bactéria ‘Klebsiella sp.
ARO112’, uma estirpe do grupo ‘Klebsiella pneumoniae’, normalmente associado a infeções hospitalares, mas que neste caso se revelou benéfica.
A sua descoberta foi acidental, quando os cientistas notaram um fator inesperado que influenciava a recuperação da microbiota em ratinhos. A coordenadora da equipa, Karina Xavier, explicou que “havia algo muito mais forte que fazia com que uns ratinhos recuperassem uma microbiota saudável, capaz de proteger contra agentes infecciosos, e outros não.
Esse fator determinante era a presença ou ausência desta bactéria”.
A ‘ARO112’ demonstrou colonizar eficazmente intestinos com microbiota desequilibrada, como a que resulta de tratamentos com antibióticos, ajudando a restaurar a sua diversidade e função protetora. Em testes de laboratório, a bactéria conseguiu bloquear o crescimento de patógenos como a ‘Salmonella’ e estirpes de ‘Escherichia coli’. Além disso, em modelos de ratinhos com doença inflamatória intestinal, o tratamento com a ‘ARO112’ permitiu uma recuperação mais rápida, a eliminação de infeções e uma redução significativa da inflamação.
Os testes de segurança indicaram que a estirpe não adquire facilmente genes de resistência a antibióticos e a sua presença no intestino é temporária, diminuindo à medida que a microbiota saudável se restabelece.
Esta descoberta perspetiva o desenvolvimento de terapias probióticas mais precisas e seguras, podendo servir como alternativa a procedimentos como o transplante fecal.













