A solução, desenvolvida pelo consórcio BioComp 3.0, oferece um destino sustentável para a biomassa removida, valorizando um resíduo problemático.

O projeto, que reuniu 13 entidades ao longo de dois anos e meio, focou-se em encontrar uma solução para a grande quantidade de biomassa gerada pela remoção desta planta infestante. Manuel Rodrigues, coordenador do BioComp 3.0, salientou que “o foco do projeto é o de que, enquanto este problema persistir, [...] gera muita biomassa.

E, neste momento, não está claro qual o destino dessa biomassa”.

A investigação concluiu que a biomassa de jacinto-de-água não pode ser compostada isoladamente, pois “não resulta num composto de qualidade”, devendo ser combinada com outros resíduos orgânicos. As duas formulações mais promissoras foram a combinação da biomassa com estilha florestal, muito abundante na região de Coimbra, e uma segunda mistura que adiciona também estrume de cavalo.

Estes compostos foram posteriormente testados com sucesso em diversas culturas agrícolas.

No entanto, a implementação desta solução enfrenta um obstáculo significativo: o enquadramento legal.

O manuseamento da biomassa de jacintos-de-água é estritamente regulado devido ao risco de propagação das suas sementes.

Manuel Rodrigues alertou que “a questão que agora tem de ser discutida é a legalidade disto tudo.

[...] Sendo uma invasora perigosa, [...] não se pode mexer nisto sem as autorizações legais estarem desbloqueadas”.