A descoberta reforça a importância de Portugal como um laboratório natural para o estudo da evolução dos dinossauros na Europa. O animal pertence ao grupo dos iguanodontianos, grandes dinossauros herbívoros, robustos e capazes de se deslocarem em duas ou quatro patas, o que lhes conferia grande versatilidade para se alimentarem da vegetação abundante da época.
Naquele tempo, o Algarve era uma paisagem de planícies verdejantes e florestas densas, com um clima quente e húmido, muito diferente do que conhecemos hoje.
O que torna este achado particularmente especial é que a análise detalhada dos fósseis revelou características anatómicas únicas, distintas de outras espécies de iguanodontianos conhecidas. Esta singularidade permitiu aos investigadores concluir que se trata de uma espécie nova para a ciência, demonstrando que o território que hoje corresponde a Portugal albergava uma fauna própria, com linhagens evolutivas distintas das de outras regiões europeias. Durante o Jurássico, a Península Ibérica funcionava como uma zona de contacto entre diferentes massas continentais, o que favorecia não só as migrações, mas também o isolamento e o surgimento de espécies endémicas. Esta descoberta é mais uma prova do papel crucial da região na evolução dos dinossauros e enriquece o património natural português, lembrando que, muito antes de ser terra de navegadores, Portugal foi também terra de dinossauros.












