A investigação, liderada por Jorge Lima, aborda um dos maiores desafios da oncologia pediátrica: a falta de modelos pré-clínicos que reflitam a complexidade e diversidade dos tumores cerebrais infantis, que constituem a principal causa de morte por cancro nesta população. A partir de amostras cirúrgicas, a equipa conseguiu estabelecer 20 culturas de organoides derivados de doentes, abrangendo diferentes tipos de tumores, como gliomas e meduloblastomas.
Estes organoides, que são estruturas 3D que mimetizam órgãos, reproduzem fielmente as características morfológicas, genéticas e epigenéticas dos tumores primários.
Segundo Jorge Lima, isto torna-os "ferramentas valiosas não só para testar fármacos e identificar quais os compostos mais eficazes para tratar cada tumor, mas também para estudar a biologia tumoral e avançar na medicina de precisão".
O sucesso do projeto resulta de uma estreita colaboração com oncologistas, neurocirurgiões e patologistas do Hospital de São João. A plataforma abre ainda caminho para a criação de um biobanco de organoides, que será um recurso fundamental para a investigação futura e para o desenvolvimento de novas terapias.









