A cientista portuguesa Cecília Arraiano foi eleita para presidir à Academia Europeia de Microbiologia (EAM), tornando-se a primeira mulher e a primeira pessoa do sul da Europa a liderar a prestigiada instituição. A sua nomeação, com início de funções a 1 de janeiro de 2026, representa um marco para a ciência nacional e para a igualdade de género na investigação a nível europeu. Cecília Arraiano, investigadora coordenadora no Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier (ITQB NOVA), possui um percurso de excelência reconhecido internacionalmente, sendo membro de organizações como a EMBO (Organização Europeia de Biologia Molecular) e a Academia Americana de Microbiologia. A sua eleição para a liderança da EAM, um grupo de elite que promove a excelência científica na microbiologia, é um testemunho da qualidade da investigação desenvolvida em Portugal.
A própria investigadora reconheceu o simbolismo do momento, afirmando que "vai ser um desafio durante três anos.
A Academia integra investigadores de muita qualidade e eu também vou dar o meu melhor".
A sua presidência surge 16 anos após a fundação da academia, que até agora nunca tinha sido liderada por uma mulher.
O Diretor do ITQB NOVA, João Crespo, sublinhou que a nomeação "reflete o reconhecimento internacional do trabalho de qualidade que tem sido desenvolvido pelos investigadores portugueses". Além da sua contribuição científica, Cecília Arraiano tem sido uma defensora ativa do papel das mulheres na ciência, tendo coordenado durante uma década o grupo de trabalho sobre o tema na Federação Europeia das Sociedades de Bioquímica (FEBS).
Em resumoA eleição de Cecília Arraiano para a presidência da Academia Europeia de Microbiologia é um feito histórico que destaca a excelência da investigação científica em Portugal. Sendo a primeira mulher e a primeira pessoa do sul da Europa a ocupar o cargo, a sua nomeação não só reconhece um percurso individual notável, mas também reforça a visibilidade internacional da ciência portuguesa e promove a igualdade de género em posições de liderança científica.