O projeto, denominado ANTICELLURONIC, visa superar as limitações das terapias atuais, que frequentemente enfrentam resistência e toxicidade.

A abordagem inovadora propõe a criação de conjugados de ácido hialurónico com agentes terapêuticos, como anticorpos.

O objetivo é que estas moléculas reconheçam e entrem seletivamente nas células tumorais.

Uma vez no interior, um ligante autoimolativo libertaria o fármaco, permitindo atingir alvos intracelulares que até agora eram considerados "não tratáveis" ou inacessíveis.

Esta estratégia promete uma maior especificidade tumoral, o que resultaria numa redução da toxicidade sistémica para o resto do corpo, e a possibilidade de alargar o leque de alvos terapêuticos relevantes para este tipo de cancro. A equipa de investigação, coordenada por Ana Rita Ramalho Figueiras, da Faculdade de Farmácia, é multidisciplinar e conta com a colaboração de especialistas internacionais da Universidade de Santiago de Compostela e da Universidade de Tóquio. Os investigadores esperam demonstrar, através de modelos in vitro e in vivo, uma maior acumulação do fármaco no tumor e uma eficácia antitumoral superior, confirmando o bloqueio de alvos intracelulares críticos.

O projeto, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, tem a duração prevista até 2028 e representa um passo importante na busca por soluções mais eficazes para formas agressivas de cancro da mama.