Face a este “episódio de tempo quente consideravelmente severo”, que se prevê durar vários dias, a Direção-Geral da Saúde (DGS) emitiu um alerta preocupante sobre o seu impacto na saúde pública.
Entre 26 e 30 de julho, Portugal continental registou 264 mortes em excesso, um aumento de 21,2% face ao esperado.
Os dados, baseados em estimativas do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), revelam que o impacto foi mais acentuado no grupo etário com 75 ou mais anos e na região Norte do país. A DGS sublinha que “as temperaturas muito elevadas do ar (...) têm um impacto negativo conhecido na saúde, como consequência de desidratação ou de descompensação de doenças crónicas”. Em resposta, foram ativados os planos de contingência em articulação com as estruturas locais de saúde.
O índice ÍCARO, que estima o impacto das temperaturas na mortalidade, antecipa um “efeito muito significativo” para os próximos dias, especialmente nas regiões Norte, Centro e Alentejo.
As autoridades reforçam a importância de a população, em especial os grupos mais vulneráveis como idosos, crianças e doentes crónicos, adotar medidas de proteção, como evitar a exposição solar nas horas de maior calor, manter-se em locais frescos e garantir uma hidratação adequada. A DGS admite que, apesar dos esforços, “é esperado um período de excesso de mortalidade nos grupos etários mais velhos”.