Um incêndio de grandes dimensões, que lavra há quase uma semana em Ponte da Barca, já consumiu mais de sete mil hectares no Parque Nacional da Peneda-Gerês e obrigou à evacuação preventiva de cerca de 60 pessoas de duas aldeias. A complexidade do terreno e as condições meteorológicas adversas têm dificultado o combate às chamas, que mobiliza centenas de operacionais. O fogo, que deflagrou no sábado à noite na zona do Lindoso, alastrou-se ao concelho vizinho de Terras de Bouro, mantendo várias frentes ativas. Na noite de quinta-feira, a proximidade das chamas levou as autoridades a retirar os habitantes das aldeias de Sobredo e Paradela, que já puderam, entretanto, regressar às suas casas. O comandante Marco Domingues, da Proteção Civil, afirmou que os objetivos de proteger vidas e habitações foram atingidos, mas alertou para a necessidade de “não baixar a guarda” devido à “elevado grau de imprevisibilidade” do incêndio. A operação de combate tem enfrentado enormes desafios devido à orografia “extremamente acidentada”, o que levou ao transporte aéreo de equipas de bombeiros para zonas inacessíveis.
O fumo intenso também dificultou a intervenção dos meios aéreos.
Em resposta à exaustão dos operacionais, a Cruz Vermelha Portuguesa ativou uma estrutura móvel inédita, o REST SPACE, para proporcionar descanso, higiene e apoio psicossocial aos bombeiros no terreno.
O autarca de Ponte da Barca, Augusto Marinho, descreveu o incêndio como “muito instável”, afirmando: “Nunca vi nada assim”.
Em resumoO incêndio em Ponte da Barca evoluiu para uma grave crise ambiental e de segurança, consumindo uma vasta área do Parque Nacional da Peneda-Gerês, forçando evacuações e exigindo uma resposta de emergência massiva e prolongada, incluindo o uso de unidades de apoio inovadoras para os bombeiros.