A população local manifestou-se crítica em relação à gestão do combate às chamas, enquanto especialistas alertam para a necessidade de apoiar as atividades tradicionais como forma de prevenção. O fogo, que deflagrou a 26 de julho em Ponte da Barca, esteve ativo por mais de uma semana, entrando em fase de conclusão apenas a 4 de agosto. A dimensão da área ardida gerou números díspares: o Instituto para a Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) apontou dados provisórios de 5.786 hectares ardidos dentro do PNPG, enquanto o presidente da Câmara de Ponte da Barca, Augusto Marinho, falou em “mais de 7.500 hectares” consumidos.
O autarca alertou para “prejuízos avultados”, incluindo animais mortos, colmeias destruídas e gado sem pasto, além do cancelamento de reservas turísticas.
A população das aldeias afetadas, como Lourido e Ermida, criticou duramente a resposta das autoridades.
Um morador, Carlos Monteiro, afirmou que “em certos sítios, a população esteve mais perto do fogo do que os bombeiros”, questionando a eficácia dos meios e a coordenação no terreno.
A perceção geral foi de que “ardeu tudo” na Serra Amarela.
Em resposta à devastação, a investigadora Joana Nogueira, do Politécnico de Viana do Castelo, defendeu um reforço de meios do ICNF e um maior diálogo com as comunidades locais, argumentando que a agricultura e o pastoreio tradicionais “proporcionam uma paisagem mais resiliente aos fogos” e deveriam ser mais apoiados.