A instituição veterinária manifestou preocupação com a potencial entrada da doença em território nacional, que afeta ruminantes, sendo particularmente severa em ovinos.
A situação é considerada “particularmente preocupante” devido à ausência de um programa oficial de erradicação na Península Ibérica e à inexistência de restrições à movimentação de animais, o que facilita a propagação do vírus. O alerta é agravado pela previsão de um aumento da atividade do vetor transmissor, os mosquitos do género *Culicoides*, nos próximos meses, o que eleva significativamente o risco de infeção, especialmente em rebanhos de ovinos, a espécie mais vulnerável à forma clínica da doença. Perante este cenário, o Hospital Veterinário Muralha de Évora sublinhou que a vacinação continua a ser a “melhor ferramenta” de prevenção contra a morbilidade e mortalidade associadas à Língua Azul. A vacinação não só ajuda a mitigar o impacto sanitário e económico de um eventual surto, como também facilita a circulação de animais entre diferentes explorações e regiões.
A recomendação é, por isso, a vacinação dos efetivos ovinos contra o serotipo 8 do vírus, como medida proativa para proteger o gado e a economia do setor.