Um grupo de 38 migrantes, incluindo sete menores e seis mulheres, foi resgatado após desembarcar numa embarcação de madeira na Praia da Boca do Rio, em Vila do Bispo. O alerta foi dado por um popular, desencadeando uma complexa operação de assistência que culminou com uma ordem judicial de afastamento do país para a maioria dos indivíduos. Os migrantes, todos de nacionalidade marroquina, foram encontrados em “estado debilitado”, apresentando sinais de desidratação e hipotermia, o que sugere que estiveram vários dias no mar. A operação de socorro envolveu a GNR, a Polícia Marítima, o INEM, a Proteção Civil e os bombeiros de Vila do Bispo e Lagos.
Após receberem os primeiros cuidados no local, dez pessoas foram transportadas para unidades hospitalares.
Segundo o relato de um empresário que contactou com o grupo, a viagem terá durado cinco dias e quatro pessoas poderão ter morrido durante o percurso, uma informação não confirmada pelas autoridades.
Após serem presentes ao Tribunal de Silves, 31 dos migrantes receberam ordem de afastamento coercivo ou voluntário do país.
O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, confirmou que “não há pedido de asilo” e que “o afastamento vai acontecer”.
Os migrantes foram temporariamente alojados num pavilhão desportivo em Sagres, disponibilizado pela Proteção Civil, enquanto aguardam a conclusão do processo.
Este desembarque é um dos maiores registados na costa algarvia, onde, nos últimos seis anos, chegaram pelo menos 140 migrantes por via marítima.
Em resumoO desembarque de migrantes em Vila do Bispo mobilizou uma resposta multissetorial das autoridades portuguesas, que prestaram assistência humanitária e, simultaneamente, acionaram os mecanismos legais para o afastamento do território. O incidente destaca a vulnerabilidade da costa algarvia como ponto de entrada para rotas de migração irregular e os desafios associados à gestão destes fluxos.