A situação levou a Proteção Civil a manter um dispositivo robusto no terreno para travar os reacendimentos que ameaçam alastrar-se por um perímetro já extenso.

O cenário no terreno, descrito pelo comandante operacional Rui Conchinha, reflete a complexidade do combate: "As condições meteorológicas pioraram, como previsto, e está a haver reativações fortes em quase todo o perímetro do incêndio, que é muito grande". As condições adversas, que se intensificaram por volta das 14h00, incluíram "vento moderado, com alguma rotatividade, as temperaturas subiram e a humidade relativa continua muito baixa", fatores que, segundo o comandante, dificultam o trabalho devido aos constantes reacendimentos.

O fogo, que começou no sábado na freguesia de Freches, já afetou 11 das 21 freguesias do concelho e alastrou-se para os municípios vizinhos de Fornos de Algodres, Aguiar da Beira e Celorico da Beira.

A dimensão do incêndio é vasta, com o Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS) a estimar a área ardida em 13.741 hectares até quarta-feira. A situação obrigou à mobilização de centenas de operacionais, com mais de 450 bombeiros, 146 viaturas e meios aéreos empenhados. O presidente da Câmara, Amílcar Salvador, descreveu os cinco dias de combate como "muito difíceis" e referiu que a autarquia já está a contactar produtores locais para apurar os prejuízos, nomeadamente na produção de castanha, um setor económico vital para a região. O impacto social também foi sentido, com a suspensão temporária da 752.ª edição da Feira de São Bartolomeu, que registou uma quebra de 30% nas entradas.