Um incêndio de grandes proporções, que deflagrou na serra do Açor, em Arganil, alastrou-se aos concelhos vizinhos de Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra e Seia, obrigando à evacuação de várias aldeias. O vento errático e a orografia do terreno têm dificultado severamente as operações de combate, mobilizando mais de 900 operacionais. O fogo, que terá tido origem numa trovoada seca na madrugada de quarta-feira na freguesia do Piódão, rapidamente ganhou dimensão, levando ao cancelamento da Festa de Verão do Piódão. A evolução das chamas foi imprevisível devido ao vento, que, segundo o presidente da Câmara de Arganil, Luís Paulo Costa, mudou de direção várias vezes, empurrando o fogo em sentidos opostos. Esta instabilidade levou à evacuação preventiva de várias povoações, como Casal Fundeiro e Mourísia em Arganil, e Ceiroco na Pampilhosa da Serra, esta última devido ao seu único acesso rodoviário. O autarca da Pampilhosa da Serra, Jorge Custódio, expressou preocupação com as frentes de fogo ativas que se dirigiam a aldeias como Covanca e Porto da Balsa, cuja população aumenta significativamente no verão.
A situação gerou ansiedade entre os residentes e veraneantes, muitos dos quais foram acolhidos em centros de apoio em Cerdeira e Coja.
O combate às chamas foi descrito como extremamente difícil, não só pelas condições meteorológicas, mas também pela geografia da serra do Açor, com os seus vales encaixados e declives acentuados, que limitaram a eficácia dos meios aéreos.
O incêndio mobilizou um vasto dispositivo, com cerca de 910 operacionais, 298 viaturas e 11 meios aéreos no terreno.
Em resumoO incêndio de Arganil demonstra a rápida propagação e a complexidade do combate a fogos em zonas de serra, onde o vento e o relevo são fatores críticos. A evacuação preventiva de múltiplas aldeias em quatro concelhos reflete a prioridade dada à segurança da população perante um cenário de grande imprevisibilidade.