Várias praias em Portugal continental foram temporariamente interditadas a banhos devido a contaminações microbiológicas, gerando alertas de saúde pública e preocupações com os setores do turismo e da agricultura. As situações mais notórias ocorreram na Praia da Vieira (Marinha Grande), Praia do Ouro (Sesimbra) e na Praia da Nazaré, onde mais de uma centena de pessoas recorreu a serviços de saúde com sintomas relacionados com a contaminação da água. Na Praia da Vieira, a interdição deveu-se a uma avaria numa estação elevatória em Monte Real, que obrigou a descargas de efluentes não tratados no rio Lis.
A situação levou a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) a implementar um plano de monitorização diária e a GNR a investigar a poluição.
Para mitigar os efeitos, foi anunciada a abertura de três açudes para aumentar o caudal do rio e auxiliar na limpeza do leito. A associação de regantes local alertou para os prejuízos na agricultura, uma vez que os agricultores ficaram impedidos de regar as culturas. Em Sesimbra, a Praia do Ouro foi interditada após uma análise detetar valores elevados de bactérias, com o autarca a apontar para duas descargas diretas para o mar, sem tratamento, por parte da entidade gestora de saneamento.
Na Nazaré, uma obstrução na conduta de saneamento esteve na origem da contaminação, que levou 116 pessoas a procurar assistência médica.
A associação ambientalista Zero alertou que, entre maio e julho, já se registaram 17 interdições em praias do continente, classificando o incidente da Nazaré como um "claro alerta" para a necessidade de reforçar medidas preventivas.
Em resumoAvarias em sistemas de saneamento provocaram descargas poluentes que levaram à interdição de várias praias, incluindo Nazaré, Sesimbra e Praia da Vieira. Estes incidentes constituíram um risco para a saúde pública, com mais de 100 pessoas a necessitarem de assistência médica na Nazaré, e causaram prejuízos económicos e ambientais, motivando investigações e a implementação de medidas de mitigação.