Os incêndios, que lavram desde julho e se intensificaram em agosto, afetaram múltiplos concelhos, com especial gravidade em Sátão, Trancoso, Arganil, Lousã, Góis e Sabugal. A dimensão dos fogos, como o complexo que uniu os incêndios de Sátão e Trancoso, alastrando-se por onze municípios dos distritos de Viseu e da Guarda, sobrecarregou os meios nacionais. Mais de 3.200 operacionais, apoiados por centenas de viaturas e meios aéreos, foram mobilizados para as ocorrências mais preocupantes.
As condições meteorológicas adversas, com temperaturas elevadas e vento forte, dificultaram as operações.
O comandante nacional da Proteção Civil, Mário Silvestre, destacou que o fumo intenso chegou a impedir a operação de aeronaves, com algumas a registarem "zero horas de voo".
A tragédia humana incluiu uma vítima mortal, dezenas de feridos entre civis e bombeiros, e a destruição de habitações, explorações agrícolas e pecuárias.
Várias aldeias foram evacuadas por precaução, como em Seia, onde 57 residentes idosos foram retirados, e na Lousã.
Autarcas no terreno expressaram o desespero das populações e a insuficiência de meios.
Vítor Proença, presidente da Câmara do Sabugal, lamentou a falta de recursos para combater uma frente com cerca de 10 quilómetros, afirmando que precisava "do dobro, no mínimo".
Em Góis, o autarca Rui Sampaio ativou o Plano Municipal de Emergência e estabeleceu uma base logística para prestar apoio social e psicológico à população.
A resposta solidária da sociedade civil foi notória, com populares a juntarem-se aos bombeiros na defesa das suas terras e bens.














