Um incêndio de proporções históricas, com origem em Arganil, alastrou-se por múltiplos concelhos dos distritos de Coimbra, Guarda e Castelo Branco, consumindo dezenas de milhares de hectares e provocando uma devastação sem precedentes. A sua dimensão e complexidade testaram os limites da capacidade de resposta nacional, tornando-se no evento mais significativo da época de incêndios. Iniciado na freguesia do Piódão, em Arganil, no dia 13 de agosto, o fogo expandiu-se de forma contínua ao longo de mais de uma semana, atingindo os concelhos de Pampilhosa da Serra, Oliveira do Hospital, Seia, Covilhã, Fundão e Castelo Branco. De acordo com o Sistema de Gestão de Incêndios Florestais (SGIF), a área ardida já ultrapassou os 53.224 hectares, com estimativas a apontar que poderá tornar-se no "maior de sempre" em Portugal. A devastação material é imensa, com a destruição de habitações de primeira e segunda residência, explorações agrícolas e pecuárias.
Em Oliveira do Hospital, um relatório preliminar apontava para cinco casas ardidas, total ou parcialmente.
O presidente da Câmara, Francisco Rolo, destacou que "a alimentação e o bem-estar animal, nomeadamente rebanhos, é uma das prioridades", refletindo a preocupação com o impacto socioeconómico nas comunidades rurais.
A resposta das autoridades incluiu a ativação de Planos Municipais de Emergência e a mobilização de um vasto dispositivo terrestre e aéreo. No Fundão, o autarca Paulo Fernandes referiu que a entrada de meios aéreos foi crucial para alcançar "um momento positivo na atuação ao combate".
O incêndio expôs a vulnerabilidade do interior a megafogos que atravessam fronteiras administrativas, deixando um rasto de destruição ambiental e perdas económicas avultadas para as populações locais.
Em resumoO incêndio de Arganil representa um dos maiores desastres florestais da história recente de Portugal, evidenciando a extrema dificuldade no combate a fogos de grande dimensão que afetam múltiplos concelhos. A sua progressão devastadora resultou em perdas significativas de habitações, explorações agrícolas e património natural, sublinhando a urgência de estratégias de prevenção e gestão territorial mais eficazes para o interior do país.