As autoridades de saúde alertaram para um excesso de mortalidade em Portugal continental associado às temperaturas elevadas registadas desde o final de julho, com especial incidência na região do Alentejo e nos grupos mais vulneráveis. A Direção-Geral da Saúde (DGS) e o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) reportaram um aumento significativo no número de óbitos. Entre 27 de julho e 15 de agosto, registaram-se 20 dias consecutivos de excesso de mortalidade, totalizando 1.331 óbitos acima do esperado, um aumento de 25%. Num período mais curto, entre 26 e 30 de julho, foram contabilizados 264 óbitos em excesso, correspondendo a mais 21,2% do que seria expectável para a época. A análise dos dados do Sistema de Informação dos Certificados de Óbito (SICO) indica que a maioria das mortes ocorreu no grupo etário com 75 ou mais anos.
O índice ÍCARO do INSA antecipou um “efeito muito significativo do calor na mortalidade”, com maior impacto nas regiões Norte, Centro e Alentejo.
Em resposta, a DGS, em articulação com a Direção Executiva do SNS, ativou planos de contingência. A DGS recorda que os períodos de calor intenso aumentam o risco de desidratação e de descompensação de doenças crónicas. As autoridades emitiram recomendações à população, pedindo especial atenção a grupos vulneráveis como idosos, pessoas com doenças crónicas, crianças, grávidas, trabalhadores ao ar livre e pessoas em situação de isolamento social.
Em resumoAs altas temperaturas em Portugal levaram a um aumento alarmante da mortalidade, especialmente entre os idosos e nas regiões do interior. As autoridades de saúde emitiram um alerta e reforçaram as medidas de prevenção, instando a população a adotar cuidados redobrados para mitigar os riscos associados ao calor extremo.