O incêndio que deflagrou em Piódão, no concelho de Arganil, tornou-se a ocorrência mais preocupante do verão, lavrando durante 11 dias e consumindo mais de 57 mil hectares. A sua dimensão e complexidade levaram à mobilização de um dispositivo excecional e à ativação do Mecanismo Europeu de Proteção Civil. Iniciado a 13 de agosto, o fogo alastrou-se rapidamente a concelhos vizinhos, atingindo os distritos da Guarda e de Castelo Branco e afetando municípios como Seia, Covilhã e Fundão. A situação exigiu a mobilização de mais de 1.300 operacionais, apoiados por centenas de viaturas e múltiplos meios aéreos, incluindo dois aviões Fire Boss, um helicóptero Super Puma e dois Canadair, no âmbito da ajuda europeia.
A progressão das chamas levou as autoridades a emitir alertas de confinamento para várias aldeias nos concelhos da Covilhã e Seia, como Unhais da Serra e Loriga, onde o fogo ameaçou o Vale Glaciário. O combate foi dificultado por uma frente ativa localizada em “escarpas entre o Vale Glaciário de Loriga e a Portela da Selada, em pleno Parque Natural da Serra da Estrela”.
A tragédia resultou em quatro mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos.
Após 11 dias de combate intenso, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) anunciou que o incêndio entrou em fase de resolução, com as equipas no terreno a concentrarem-se nos trabalhos de rescaldo e vigilância para evitar reacendimentos.
Em resumoO incêndio de Piódão foi um dos maiores e mais longos dos últimos anos em Portugal, com um rasto de destruição que se estendeu por três distritos e pelo Parque Natural da Serra da Estrela. A complexidade do combate exigiu um esforço massivo e ajuda internacional, culminando na sua resolução após 11 dias, dando início a um complexo processo de avaliação de danos e recuperação ambiental e social.