Uma vaga de incêndios de grande dimensão atingiu as regiões Norte e Centro de Portugal, resultando na maior área ardida de sempre registada no país e forçando a evacuação de várias aldeias. As autoridades responderam com um vasto dispositivo de combate e o Governo anunciou um pacote de 45 medidas de apoio às populações e empresas afetadas. Os incêndios, que lavram desde julho, atingiram uma dimensão catastrófica, com o fogo que começou em Arganil a consumir mais de 64 mil hectares, tornando-se o maior da história de Portugal desde que há registos. A situação reviveu o trauma de 2017 em Pedrógão Grande, onde novos fogos obrigaram à evacuação preventiva de cinco aldeias e ao corte de vias importantes como o IC8 e a EN2. A suspeita de mão criminosa foi levantada por vários autarcas, como a presidente da Câmara de Sabrosa, Helena Lapa, que considerou ser “muita coincidência” a ocorrência de três grandes incêndios no concelho em menos de um mês.
Em Pedrógão Grande, o presidente António Lopes exigiu um reforço da vigilância e investigação, afirmando que “não é normal ocorrerem tantas ignições”.
A resposta das autoridades foi massiva, mobilizando milhares de operacionais, incluindo bombeiros, GNR e Exército, e recorrendo ao Mecanismo Europeu de Proteção Civil para obter apoio aéreo. Perante a destruição de habitações, explorações agrícolas e floresta, o Governo anunciou um pacote de 45 medidas, incluindo um apoio excecional de até 10.000 euros para agricultores, o alargamento de prazos para pagamento de impostos como o IMI, e a isenção de contribuições para a Segurança Social para empresas afetadas. Associações como a Ancose, AEBB e NERGA mobilizaram-se no terreno para fazer o levantamento dos prejuízos e distribuir bens essenciais, como ração para animais.
Em resumoA vaga de incêndios deste verão expôs a vulnerabilidade do território e a complexidade do seu combate, resultando numa destruição sem precedentes e na mobilização de uma resposta nacional e internacional. As medidas de apoio governamentais procuram mitigar os impactos imediatos, enquanto o debate sobre a prevenção, o ordenamento florestal e a responsabilização criminal ganha nova urgência.