Os resultados reforçam a necessidade de políticas de redução de emissões como uma estratégia de saúde pública. Uma investigação britânica, publicada na revista *The Lancet Healthy Longevity*, concluiu que a exposição a poluentes como o dióxido de azoto e partículas finas (PM₁₀ e PM₂.₅) durante a meia-idade está correlacionada com um processamento mental mais lento e um maior declínio cognitivo na velhice.

As ressonâncias magnéticas revelaram alterações na estrutura cerebral, como a redução do volume do hipocampo e a dilatação dos ventrículos, sinais associados à atrofia cerebral.

Paralelamente, um estudo espanhol, conduzido pela Sociedade Espanhola de Cardiologia, analisou mais de 115 mil pacientes e demonstrou que concentrações elevadas de partículas PM 2.5 nos dias anteriores a uma hospitalização estão associadas a um aumento significativo de internamentos por enfarte agudo do miocárdio. Em dias de poluição extrema, o risco de mortalidade durante o internamento pode aumentar até 14%. O cardiologista Jordi Bañeras, coautor do estudo, explicou que estas partículas podem “provocar inflamação no organismo, alterar o funcionamento dos vasos sanguíneos e aumentar o risco de coágulos”, mecanismos diretamente ligados a eventos cardíacos graves.

Ambos os estudos sublinham que a redução das emissões de poluentes é uma estratégia essencial de saúde pública para proteger a função cerebral e a saúde cardiovascular a longo prazo.