A forte ondulação resultou no encerramento de barras marítimas, interdição de praias e causou estragos em infraestruturas costeiras.

A passagem do ciclone pós-tropical Erin pelo Atlântico Norte gerou uma ondulação invulgarmente energética para a época estival, com ondas que, segundo as previsões, poderiam atingir entre quatro a sete metros de altura e um período de pico elevado, entre 15 e 20 segundos.

A Autoridade Marítima Nacional (AMN) e a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) emitiram múltiplos alertas à população, recomendando cuidados redobrados junto à orla costeira, o reforço da amarração de embarcações e que se evitasse a pesca lúdica em zonas perigosas.

Como consequência direta, seis barras marítimas, incluindo as de Caminha, Douro e Esposende, foram encerradas à navegação, enquanto outras, como as de Aveiro e Figueira da Foz, ficaram condicionadas.

A forte ondulação teve impactos visíveis ao longo da costa.

No Algarve, a Praia de Faro foi particularmente afetada, com a destruição de passadiços de madeira e danos em chapéus de palha, espreguiçadeiras e esplanadas. O capitão do porto de Faro, Vítor Dias, justificou os estragos pela "conjugação de alguma ondulação com uma preia-mar alta", um fenómeno que fez com que "o mar chegasse a locais onde habitualmente não chega". No Porto, a agitação marítima levou à interdição das praias do Ourigo, das Pastoras e do Carneiro, na Foz do Douro, como medida de precaução contra o galgamento do mar. Apesar dos avisos e do perigo evidente, registaram-se comportamentos de risco, como na Boca do Inferno, em Cascais, onde dezenas de turistas foram fotografados junto à rebentação para captar imagens. Em Carcavelos, um surfista estrangeiro teve de ser resgatado pelos nadadores-salvadores devido às condições adversas do mar.