A acumulação de toneladas desta alga, que liberta um odor intenso, afeta negativamente o turismo, a pesca e a biodiversidade marinha.

Originária do nordeste do Oceano Pacífico, a alga foi detetada pela primeira vez em Portugal em 2019 e, desde então, a sua proliferação tem-se agravado.

Nas praias, forma extensos tapetes escuros que dificultam o acesso ao mar e afastam os banhistas.

Em Cascais, as praias das Moitas, Poça e Azarujinha foram das mais afetadas, tendo a autarquia já recolhido mais de 850 toneladas de algas este ano.

No Algarve, o problema é particularmente visível em zonas rochosas de Albufeira, Lagoa, Portimão e Lagos.

A bióloga Ester Serrão, da Universidade do Algarve, alertou que, sem a remoção contínua por parte dos municípios, o impacto no turismo poderia ser uma "catástrofe total".

Para além do prejuízo visual e olfativo, a alga causa problemas graves à pesca, com as redes a ficarem sobrecarregadas de biomassa em vez de peixe. Em resposta, está a ser preparado um plano político, coordenado pelo Observatório Marinho do Algarve (OMA), que inclui a criação de sistemas de alerta e a exploração de soluções para valorizar a biomassa recolhida, como a produção de fertilizantes. O Partido Socialista já apresentou um projeto de resolução na Assembleia da República para apoiar a investigação e criar uma linha de financiamento para ajudar os municípios na limpeza das praias.