Autarcas de municípios como Trancoso, Sabugal, Aguiar da Beira e Seia alertaram para a possibilidade de as primeiras chuvas arrastarem toneladas de cinzas para rios e albufeiras, que servem de abastecimento público. A preocupação centra-se em infraestruturas críticas como a albufeira da Teja, em Trancoso, e a barragem da Fumadinha, em Aguiar da Beira, cujas margens foram severamente atingidas.

Vítor Proença, presidente da Câmara do Sabugal, sublinhou a necessidade de uma intervenção rápida, afirmando que "a cinza vai contaminar as linhas de água e criar problemas gravíssimos". A Ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, ecoou esta urgência, classificando a situação como "urgentíssima" e defendendo que é preciso "atuar muito rapidamente" para evitar derrocadas e a contaminação de rios principais como o Douro, o Mondego e afluentes do Tejo. Para acelerar a resposta, o governo comprometeu-se a agilizar processos burocráticos e a criar contratos-programa, designados "Territórios Resilientes", para financiar obras de emergência e restauro ecológico, com a colaboração da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF).