A organização sublinha que a inação antes da chegada das primeiras chuvas pode desencadear graves riscos de erosão, deslizamentos de terras e contaminação dos recursos hídricos. Num comunicado, a Zero destacou que "é a altura certa para agir", enfatizando que a estabilização dos solos "deve ser feita rapidamente e de forma expedita".

A associação explica que os incêndios alteraram profundamente as propriedades do solo: a matéria orgânica foi queimada, a estrutura foi alterada e formou-se uma camada hidrofóbica que reduz a infiltração da água.

Sem a proteção da vegetação e das raízes, o solo fica exposto ao impacto direto da chuva, o que favorece a escorrência superficial, o ravinamento e o arrastamento de grandes cargas de sedimentos e cinzas.

Este material pode entupir linhas de água, aumentar a turbidez e transportar nutrientes como nitratos e fosfatos, que podem "desencadear eutrofização".

A Zero alerta ainda que a maioria das áreas protegidas recentemente ardidas se situa em zonas de declive acentuado, o que potencia ainda mais os riscos. A associação apela a que os relatórios técnicos de avaliação pós-incêndio sejam elaborados de forma célere para identificar as zonas mais vulneráveis e direcionar as intervenções. A inação neste "momento crítico", conclui a Zero, "poderá resultar em consequências que poderão ser graves para as populações e os ecossistemas afetados".