A situação, que afeta pelo menos seis distritos, levanta sérios alertas sobre o potencial impacto na deteção precoce de doenças oncológicas e no agravamento do prognóstico dos doentes.

Uma pesquisa revelou que em unidades da Unilabs nos distritos de Braga, Faro, Lisboa, Setúbal, Viana do Castelo e Viseu não existem vagas para marcação destes exames pelo SNS, embora haja disponibilidade para clientes particulares ou com seguro de saúde, por vezes em poucos dias. A Unilabs admitiu as dificuldades, justificando-as com a falta de atualização dos preços convencionados há mais de 15 anos, o que dificulta a contratação de especialistas para realizar os exames para o SNS. O presidente da LPCC, Vítor Veloso, alertou que o impacto é “preocupante, na medida em que eventualmente poderá aumentar o tempo de espera para esse diagnóstico”. Veloso sublinhou que os atrasos podem levar ao “agravamento do prognóstico e ao aumento dos custos para o SNS, já que ‘quanto mais avançada a doença, maior o custo’”. O responsável considera que o Estado “é o grande responsável” por não cumprir a portaria que prevê a revisão anual das tabelas, defendendo que as negociações devem ser feitas atempadamente para não comprometer o acesso dos doentes.

A Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), responsável pelas convenções, ainda não prestou esclarecimentos sobre o assunto.