A quantidade de água armazenada em Portugal continental registou uma descida em todas as bacias hidrográficas durante o mês de agosto, um período classificado pelo IPMA como "muito quente e muito seco". Apesar desta diminuição generalizada, os dados do Sistema Nacional de Informação dos Recursos Hídricos (SNIRH) indicam que a maioria das bacias hidrográficas terminou o mês com volumes de armazenamento superiores às médias históricas para agosto, com exceção notável das bacias do Mondego, Mira e das Ribeiras do Barlavento. No final de agosto, 36% das albufeiras monitorizadas apresentavam disponibilidades hídricas superiores a 80% do seu volume total, enquanto apenas 4% estavam abaixo dos 40%. As bacias com maior volume de água eram as do Douro (88,2%) e do Guadiana (84,9%), seguidas de perto por Vouga, Sotavento, Cávado, Tejo, Oeste e Alentejo, todas com níveis acima dos 75%.
Em contraste, a situação mais preocupante verificava-se na bacia do Barlavento algarvio, que registava o nível mais baixo do país, com apenas 48,4% da sua capacidade.
Esta bacia, que durante meses foi a que menos água reteve, tinha recuperado significativamente no último inverno, mas volta agora a ser um ponto de atenção.
As bacias do Sado (51,7%), Mira (54,5%) e Ave (57,1%) também apresentaram níveis de armazenamento consideravelmente mais baixos.
A descida generalizada reflete o impacto de um mês com pouca ou nenhuma precipitação e temperaturas elevadas, que aumentaram o consumo de água e a evaporação, colocando pressão sobre os recursos hídricos nacionais à entrada do outono.
Em resumoEm agosto, um mês classificado como muito quente e seco, os níveis de água desceram em todas as bacias hidrográficas de Portugal. Embora a maioria permaneça acima da média histórica, as bacias do Mondego, Mira e Barlavento estão em situação mais vulnerável, com esta última a registar o nível mais baixo do país (48,4%), o que acende um alerta para a gestão dos recursos hídricos.