A situação, agravada por uma grave carência de recursos humanos, motivou uma queixa da Associação Nacional dos Técnicos de Emergência Médica (ANTEM) à Comissão Europeia. De acordo com o relatório de 2024 do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), das 148.251 ocorrências classificadas com prioridade máxima (P1), que exigem suporte avançado de vida, 20.961 não foram atendidas pelos meios mais diferenciados, como as Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação (VMER) ou as ambulâncias de Suporte Imediato de Vida (SIV). Estes casos terão sido socorridos por ambulâncias com técnicos de menor formação.
Esta discrepância tem vindo a agravar-se, passando de cerca de 17.500 casos em 2022 para quase 21.000 em 2024. O próprio relatório expõe "graves carências de recursos humanos", com um défice de 709 trabalhadores face ao previsto, sendo a falta de técnicos de emergência a mais premente.
Em resposta, a ANTEM classificou os dados como "alarmantes" e reflexo de "falhas estruturais" que comprometem a vida dos cidadãos. O presidente da ANTEM, Paulo Paço, afirmou que, após denunciar a situação às entidades nacionais sem sucesso, a associação apresentou uma queixa à Comissão Europeia, acusando Portugal de não cumprir a legislação europeia sobre a formação e competências dos profissionais de emergência.
A ANTEM defende uma "reforma profunda no modelo" e a integração de paramédicos no sistema.









