O guarda-freio, André Marques, uma das vítimas mortais, acionou os travões pneumático e manual, mas estes revelaram-se insuficientes para imobilizar a cabina sem o contrapeso do outro veículo, o que levanta questões sobre a redundância dos sistemas de segurança.

O acidente desenrolou-se em menos de 50 segundos, com a cabina a atingir cerca de 60 km/h. A Carris, operadora do serviço, garantiu que os planos de manutenção estavam em dia, mas o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (Strup) aponta a externalização da manutenção como um fator indireto, mencionando uma "rutura na transmissão do conhecimento". A Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP) defendeu a obrigatoriedade de simulacros nos transportes públicos, recomendação que o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, terá considerado "legítimo" adotar. A autarquia aprovou a criação de um fundo de apoio às vítimas, um portal da transparência e a constituição de uma equipa para conceber um novo sistema tecnológico para o ascensor.

A tragédia desencadeou uma forte crise política, com a oposição a exigir responsabilidades a Carlos Moedas, que rejeitou demitir-se, afirmando que só o faria se fosse provada a sua responsabilidade direta. O Chega apresentou uma moção de censura e o Presidente da República considerou que Moedas tem "responsabilidade política", mas que o seu julgamento caberá aos eleitores nas próximas autárquicas.