A iniciativa surge no âmbito do dia internacional pela Proibição dos Voos Noturnos, sublinhando que a prática é 'injusta e ilegal'.

As organizações, que incluem a ATERRA, a Associação dos Inquilinos Lisbonenses, a Quercus e o Geota, afirmam que os voos entre as 23:00 e as 07:00 são 'perigosos, desnecessários e evitáveis'.

Num comunicado conjunto, explicam que a exposição ao ruído e à poluição atmosférica das aeronaves tem 'graves consequências para a saúde, como doenças cardiovasculares, deficiência cognitiva em crianças, problemas de saúde mental, distúrbios do sono e diabetes'. Citando dados da associação ambientalista Zero, as associações referem que em Lisboa há uma média de 80 voos noturnos que perturbam o sono de mais de 388 mil pessoas, sujeitando-as a um ruído acima do valor máximo estipulado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Alegam ainda que o limite legal de 91 voos semanais entre as 00:00 e as 06:00 não é cumprido e, mesmo que fosse, seria 'incompatível com a Lei-Geral do Ruído e a legislação europeia'. As associações acusam a ANA Aeroportos e as companhias aéreas de desobedecerem repetidamente à lei para aumentar o tráfego aéreo e criticam o Estado por usar 10 milhões de euros do Fundo Ambiental em obras de isolamento acústico em vez de proibir os voos. Como forma de protesto, os habitantes de Lisboa foram convidados a colocar linhas vermelhas nas fachadas dos edifícios para denunciar a 'situação desesperante de saúde pública'.