O Governo anunciou a criação de uma urgência regional de obstetrícia na Península de Setúbal para responder à crise de falta de profissionais, centralizando a resposta no Hospital Garcia de Orta, em Almada. A medida gerou forte oposição dos autarcas da região, que a consideram um "profundo retrocesso" e uma solução que não resolve o problema de fundo. A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, justificou a decisão com a carência de especialistas, afirmando que seriam necessários mais 30 médicos para manter as urgências de Almada e Setúbal a funcionar em pleno. O plano prevê que o Hospital Garcia de Orta funcione em permanência, enquanto o Hospital de Setúbal receberá apenas casos referenciados pelo SNS 24 e pelo INEM, implicando o encerramento da urgência de obstetrícia do Barreiro.
A longo prazo, a ministra prometeu um concurso em 2026 para um novo Centro Materno-Infantil em Almada.
Contudo, a solução foi recebida com duras críticas.
O presidente da Câmara do Barreiro, Frederico Rosa, manifestou a sua "oposição feroz" e criticou a ministra por não dialogar com os autarcas.
A presidente da Câmara de Almada, Inês de Medeiros, considerou que a medida é "claramente insuficiente para a situação muito dramática" que a região vive.
Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP, classificou a medida como um "profundo retrocesso", argumentando que a solução passa por contratar os profissionais necessários para manter as três urgências a funcionar.
Os autarcas sublinham que a centralização dos serviços não aborda a causa principal da crise: a falta de médicos e enfermeiros no Serviço Nacional de Saúde.
Em resumoA decisão do Governo de centralizar as urgências de obstetrícia da Península de Setúbal em Almada foi apresentada como uma solução de curto prazo para a falta de médicos. No entanto, a medida foi fortemente contestada por autarcas locais e pelo PCP, que a veem como um retrocesso que não resolve o problema estrutural da carência de profissionais de saúde na região.