A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, alertou que "o parto em casa nunca é seguro" e que desfechos fatais têm sido evitados apenas pela intervenção atempada do INEM. Os dados revelados pela ministra no Parlamento pintam um quadro alarmante: só este ano, já nasceram 57 bebés em ambulâncias, superando o total do ano anterior, e registaram-se 103 partos em casa. Em 2024, nasceram 144 bebés no domicílio.

Esta tendência crescente é vista como uma consequência direta das dificuldades no Serviço Nacional de Saúde (SNS), nomeadamente o encerramento rotativo de urgências de obstetrícia, como as da Península de Setúbal, que obrigam as grávidas a percorrer longas distâncias. Vários artigos relatam casos concretos, como o nascimento do bebé Matias na ambulância dos Bombeiros de Alpiarça, a caminho do Hospital de Abrantes, a cerca de 55 quilómetros de distância, devido ao encerramento da urgência em Santarém. Outro caso mencionado foi o de uma grávida de Rio Maior que deu à luz na A1, assistida por bombeiros, após os hospitais de Santarém, Vila Franca de Xira e Caldas da Rainha estarem indisponíveis. A ministra da Saúde reconheceu também um aumento de grávidas que chegam ao SNS sem qualquer acompanhamento pré-natal, o que agrava os riscos. A situação evidencia as fragilidades do sistema e a necessidade de garantir um acesso seguro e atempado aos cuidados de saúde materna.