A iniciativa, convocada pela Rede Emergência Florestal/Floresta do Futuro, visa protestar contra o que consideram uma "demissão do poder público" na gestão da floresta.

Os protestos agendados em quinze concelhos, incluindo áreas severamente afetadas por incêndios como Arganil, Pedrógão Grande e Sertã, representam uma mobilização cívica significativa face a um problema estrutural do país.

A Rede Emergência Florestal/Floresta do Futuro, organizadora do evento, canaliza a frustração popular perante a destruição contínua do território, que em 2025 já viu arder mais de 3% da sua área, o terceiro pior registo de sempre.

A manifestação articula-se em torno de três eixos críticos: a “deseucaliptização”, a “descarbonização” e a “democratização”.

A crítica à predominância do eucalipto, uma espécie pirófita que ocupa perto de um milhão de hectares, é central, sendo vista como um fator que agrava a propagação dos fogos. A exigência de descarbonização liga diretamente os incêndios às alterações climáticas, defendendo que a redução das emissões é a única forma de travar o aumento das temperaturas que intensifica os fogos.

Por fim, o apelo à democratização rejeita as “opções industriais e de (sub)desenvolvimento” impostas ao mundo rural, defendendo uma abordagem que valorize as comunidades locais e promova uma gestão da paisagem mais resiliente e sustentável.

Esta iniciativa coletiva reflete um crescente descontentamento e a exigência de políticas públicas mais eficazes e integradas para a floresta e o desenvolvimento do interior.