A interdição foi entretanto levantada após novas análises confirmarem que a água se encontra própria para a prática balnear, mas a repetição do problema levanta preocupações sobre o estado das infraestruturas de saneamento. A reabertura da Praia da Nazaré a banhos, após a confirmação de que a qualidade da água voltou aos parâmetros legais, trouxe um alívio temporário a uma situação que se tornou recorrente e preocupante durante a época balnear. A interdição, decretada no passado domingo devido a uma escorrência provocada pelo entupimento de uma conduta de saneamento, foi a terceira num curto espaço de tempo, levantando sérias questões sobre a capacidade da infraestrutura existente para responder à pressão populacional, especialmente no verão. O impacto na saúde pública foi evidente no primeiro incidente, em que 116 pessoas necessitaram de assistência médica com sintomas associados à contaminação.

A repetição destes episódios levou a autarquia a tomar uma posição firme, apresentando queixa ao Ministério Público para que as causas das descargas sejam investigadas.

O presidente da Câmara, Manuel Sequeira, admitiu publicamente que as condutas, com cerca de 60 anos, estão obsoletas e já não respondem às necessidades atuais, apelando a que a sua substituição, um investimento estimado em dois milhões de euros, seja uma prioridade para o próximo executivo. A situação na Nazaré é um exemplo claro de como a degradação das infraestruturas de saneamento pode ter consequências diretas na saúde pública, na economia local e na imagem de um destino turístico de renome.