Durante o final da semana, Portugal continental enfrentou uma severa vaga de incêndios florestais, com particular incidência nos concelhos de Castro Daire e Viseu (distrito de Viseu), Oliveira do Hospital (Coimbra) e Montalegre (Vila Real). A dimensão dos fogos exigiu uma mobilização massiva de recursos, com mais de mil operacionais, centenas de viaturas e dezenas de meios aéreos no terreno. As condições meteorológicas adversas, incluindo o vento, e as zonas de difícil acesso dificultaram as operações de combate. Em Oliveira do Hospital, as chamas atravessaram o rio Mondego e alastraram-se ao concelho vizinho de Nelas, obrigando à evacuação preventiva de mais de duas dezenas de pessoas de quintas isoladas.

No combate em Viseu, pelo menos sete bombeiros sofreram ferimentos ligeiros.

O incêndio em Montalegre, com duas frentes ativas, lavrou junto à fronteira, o que exigiu uma cooperação transfronteiriça com meios aéreos espanhóis.

Estes eventos ocorreram num contexto de risco de incêndio “máximo” ou “muito elevado” para cerca de 80 concelhos, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

O impacto ambiental foi significativo, contribuindo para que as emissões de carbono na Europa, associadas aos incêndios em Portugal e Espanha, atingissem o valor mais elevado em 23 anos. Em resposta à destruição recorrente, movimentos cívicos convocaram manifestações em quinze localidades para exigir uma “floresta com futuro”, com o lema “Deseucaliptar, descarbonizar, democratizar”.