As autoridades marítimas foram chamadas a intervir em vários incidentes recentes, incluindo o auxílio a um veleiro francês que ficou sem leme ao largo de Peniche. As interações entre orcas e embarcações tornaram-se um motivo de preocupação crescente na costa portuguesa, com quase 60 encontros registados este ano, incluindo seis incidentes numa só semana em zonas como a Costa da Caparica, Cascais, Algarve e Peniche.
Estes eventos, embora descritos pela comunidade científica como um comportamento lúdico por parte dos cetáceos, têm tido consequências graves para a navegação, levando mesmo ao afundamento de barcos. Um dos casos mais recentes envolveu um veleiro francês de 13 metros, que navegava a cerca de seis quilómetros de Peniche com cinco tripulantes a bordo. A embarcação foi alvo de uma interação com um grupo de orcas que, segundo os relatos, danificou o leme “em dez segundos”. Sem capacidade de navegar, o veleiro teve de ser rebocado pela Estação Salva-Vidas de Peniche.
Os tripulantes não sofreram ferimentos, mas viram a sua viagem para Atenas interrompida. A comunidade científica acredita que o objetivo das orcas não é atacar, mas sim brincar, como se reflete na expressão “Para as orcas é uma brincadeira, para os veleiros não”.
No entanto, a frequência e a intensidade destes encontros representam um perigo real, obrigando a uma maior vigilância e a uma reflexão sobre as medidas de segurança a adotar por quem navega nestas águas.













