A situação, que afeta hospitais de norte a sul, obriga as utentes a contactar previamente o SNS 24 e levanta preocupações sobre a segurança e o acesso aos cuidados de saúde materno-infantil. Durante o fim de semana, os serviços de urgência de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital Infante D. Pedro, em Aveiro, e do Hospital Distrital de Santarém estiveram encerrados. Outras unidades, como as de Braga, Beja, Leiria, Amadora-Sintra e Vila Franca de Xira, operaram com restrições, aceitando apenas casos referenciados pelo INEM ou pela linha SNS 24. Esta situação insere-se num contexto de crise de recursos humanos que tem levado ao aumento de partos extra-hospitalares. A Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, revelou que este ano já ocorreram cerca de 150 partos em ambulâncias, na rua ou em casa, considerando que "o parto em casa nunca é seguro". Como resposta, o Governo anunciou a intenção de criar uma urgência regional na Península de Setúbal, concentrando serviços no Hospital Garcia de Orta, em Almada, o que implicaria a mobilização forçada de médicos do Hospital do Barreiro.
Esta medida gerou forte contestação.
O bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, considerou a decisão "absolutamente lamentável", enquanto a Federação Nacional dos Médicos (Fnam) a classificou como "inútil", argumentando que "não há médicos no Barreiro a quem aplicar isto", uma vez que a maioria dos obstetras da unidade já não tem idade para fazer urgências.









