A situação obrigou à retirada preventiva de populares e causou danos materiais significativos. O incêndio, que teve início no domingo, dia 21 de setembro, numa zona de mato e pinhal na Bordeira, Aljezur, evoluiu rapidamente, alastrando-se ao concelho vizinho de Lagos e ameaçando a Mata Nacional de Barão de São João. As autoridades, que suspeitam que o fogo tenha tido origem em trabalhos agrícolas, mobilizaram um dispositivo robusto que chegou a envolver mais de 500 operacionais, apoiados por cerca de 180 veículos e diversos meios aéreos.

O combate foi dificultado por condições meteorológicas adversas, nomeadamente o vento forte, com rajadas que potenciaram a rápida progressão das chamas.

O segundo-comandante regional da Proteção Civil do Algarve, Abel Gomes, descreveu a velocidade de desenvolvimento do fogo como “muito acentuada”, progredindo de 52 para 236 hectares por hora e colocando “grandes desafios aos bombeiros”.

As dificuldades de acesso ao terreno e a grande quantidade de fumo, que dificultou a operação dos meios aéreos, foram outros obstáculos significativos. A situação obrigou à retirada preventiva de 11 pessoas na aldeia de Barão de São João, que mais tarde regressaram às suas habitações. O balanço oficial registou nove feridos ligeiros, na sua maioria bombeiros por inalação de fumos, e a destruição de uma casa de segunda habitação em Aljezur.

Abel Gomes alertou para a complexidade do combate, explicando que existiam “zonas que não arderam, as designadas ilhas, que podem resultar em reacendimentos e provocar projeções devido ao vento moderado a forte que se regista”.

Apesar de na manhã de segunda-feira o incêndio estar dominado em 70%, mantinha-se uma frente ativa “preocupante” com cerca de oito quilómetros, exigindo uma vigilância permanente.