Um incêndio que deflagrou no domingo em Aljezur, no Algarve, alastrou-se ao concelho vizinho de Lagos, mobilizando mais de 600 operacionais e múltiplos meios aéreos, num combate dificultado pelo vento forte, pela orografia do terreno e pela rápida propagação das chamas. O fogo teve início na localidade da Bordeira, em Aljezur, e evoluiu rapidamente, atingindo uma velocidade de propagação de 2.500 metros por hora, o que corresponde a 600 hectares por hora. A Proteção Civil informou que o incêndio mantinha uma frente ativa com vários quilómetros, apresentando "pontos muito quentes que nos preocupam", nomeadamente com potencial de evolução para os concelhos de Monchique e Vila do Bispo. O combate às chamas foi dificultado pelo vento constante, pela falta de acessibilidades e por uma evolução errática do fogo, que por vezes se moveu em sentido contrário ao do vento, obrigando ao uso de fogo de supressão.
O fumo intenso também dificultou a operação dos meios aéreos.
O incêndio resultou em 11 feridos ligeiros, incluindo oito operacionais e três civis, a maioria por inalação de fumos. Foi confirmada a destruição de uma casa de segunda habitação em Aljezur e, por precaução, 10 pessoas foram retiradas das suas habitações na aldeia de Vinha Velha, em Lagos, tendo já regressado. A área afetada é composta por mato, pinhal, eucaliptal e sobreiros, com a Mata Nacional de Barão de São João a ser uma das zonas mais preocupantes.
As autoridades mantêm-se no terreno em trabalhos de rescaldo e vigilância para prevenir reacendimentos.
Em resumoUm incêndio de grande dimensão no Algarve, iniciado em Aljezur, mobilizou uma vasta operação de combate, que enfrentou dificuldades devido ao vento e ao terreno. O fogo, que se estendeu a Lagos, provocou 11 feridos ligeiros, destruiu uma habitação e obrigou a evacuações preventivas, mantendo as autoridades em alerta máximo.