A investigação detetou a presença de substâncias potencialmente tóxicas, metais pesados e práticas fraudulentas, como a substituição de variedades nobres por alternativas mais baratas. A análise, que envolveu 104 amostras de canela de dez países da UE, concluiu que mais de 66% dos produtos falharam nos padrões internacionais de qualidade ou não cumpriam a legislação de segurança alimentar. Entre as irregularidades detetadas, destaca-se a fraude na rotulagem: 9% das amostras vendidas como canela do Ceilão, a variedade mais valiosa, estavam total ou parcialmente substituídas por Cássia, uma alternativa mais barata que contém níveis mais elevados de cumarina.
Esta substância, um composto aromático natural, é potencialmente tóxica para o fígado, e 31 das amostras analisadas apresentavam um teor considerado potencialmente perigoso para crianças.
Além disso, o estudo revelou que 9,6% das amostras não cumpriam o limite máximo de chumbo estabelecido pela legislação europeia.
Foram também identificadas suspeitas de outras fraudes, como a substituição da casca por outras partes da árvore, como raízes e folhas. A investigação alerta para a necessidade de uma fiscalização mais rigorosa e da definição de valores de referência para os componentes da canela, de modo a proteger os consumidores de produtos adulterados que, para além de representarem um engano económico, podem constituir um risco para a saúde pública.













