A medida, que visa otimizar recursos face à escassez de profissionais, já gerou forte contestação local, nomeadamente no Barreiro, onde se teme o encerramento da urgência obstétrica.
O plano propõe um modelo de funcionamento em rede, com equipas a circular entre hospitais geograficamente próximos, como os de Loures e Vila Franca de Xira, ou Santarém e Abrantes, para garantir a cobertura das escalas. A situação mais crítica, e que já motivou protestos, é a da Península de Setúbal, onde se prevê o encerramento da urgência obstétrica do Hospital do Barreiro, concentrando a resposta no Hospital Garcia de Orta, em Almada, com o apoio do hospital de Setúbal.
Esta possibilidade levou utentes e sindicatos a manifestarem-se, argumentando que a medida prejudica o acesso a cuidados de proximidade. A presidente da Federação Nacional dos Médicos, Joana Bordalo e Sá, afirmou que a concentração de serviços significa que "as grávidas da região consigam ter cuidados de proximidade". A Comissão Nacional da Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente, coordenada por Alberto Caldas Afonso, justifica as alterações com a necessidade de garantir a segurança e a qualidade dos cuidados, apontando para situações insustentáveis como a da Unidade Local de Saúde do Médio Tejo, onde "a obstetrícia está em Abrantes e a pediatria e a neonatologia em Torres Novas", o que "não faz sentido". O plano prevê ainda o encerramento da urgência pediátrica de Torres Novas, reforçando a centralização dos serviços especializados.









