A Direção-Geral da Saúde (DGS) admite a possibilidade de controlar a venda de bebidas energéticas a menores de idade, face à crescente preocupação com os elevados níveis de açúcar e cafeína. A medida surge num contexto de debate europeu sobre os riscos destes produtos para a saúde dos jovens. A preocupação das autoridades de saúde baseia-se nos alertas de nutricionistas e pediatras sobre os potenciais efeitos adversos do consumo destas bebidas, especialmente em organismos em desenvolvimento. Segundo os especialistas, uma única lata de 500 mililitros pode conter o açúcar equivalente a 14 pacotes pequenos e a cafeína de cinco latas de Coca-Cola.
Os riscos associados incluem "taquicardia, agitação, cefaleias, insónias, desidratação, tonturas, ansiedade" e, em casos mais graves, convulsões ou arritmias.
A nutricionista Mariana Cortes alerta que estas bebidas são "desaconselhadas a toda a gente", destacando ainda o perigo da sua associação com o consumo de álcool.
A DGS está a acompanhar de perto a avaliação de uma medida semelhante no Reino Unido, que pondera a proibição para menores de 16 anos. Caso os resultados sejam positivos, Portugal poderá avançar com uma proibição semelhante, representando um passo significativo na proteção da saúde pública juvenil e na regulação de produtos de venda livre com elevado potencial de risco.
Em resumoFace aos riscos para a saúde associados aos elevados teores de açúcar e cafeína, a Direção-Geral da Saúde está a avaliar a restrição da venda de bebidas energéticas a menores. A decisão poderá seguir o exemplo de outros países europeus, como o Reino Unido, que já ponderam medidas semelhantes para proteger os jovens.