O 14.º parto assistido pelos Bombeiros da Moita este ano evidencia as falhas no acesso aos cuidados de saúde materno-infantil, uma situação que levanta sérias preocupações entre autarcas e utentes.
No domingo, um bebé nasceu numa ambulância no IC21, a caminho do Hospital Garcia de Orta, em Almada. A grávida, residente na Moita, foi encaminhada para aquela unidade porque a urgência de obstetrícia do Hospital do Barreiro, a sua referência, se encontrava encerrada.
O comandante dos bombeiros da Moita, Pedro Ferreira, confirmou que este foi o “14.º este ano numa ambulância dos bombeiros”, salientando que se trata de “uma situação cada vez mais normal”.
Este incidente não é isolado.
Segundo a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, já foram registados cerca de 150 partos em ambiente extra-hospitalar em Portugal este ano. A Península de Setúbal é uma das áreas mais críticas, com o encerramento rotativo das urgências de obstetrícia e ginecologia nos hospitais do Barreiro e de Setúbal, deixando o Hospital Garcia de Orta como a única opção em funcionamento em determinados períodos. Para responder a esta carência de profissionais, o Governo planeia criar uma urgência regional de obstetrícia, centralizada em Almada e com o apoio de Setúbal para casos referenciados.
No entanto, esta solução tem sido contestada por autarcas e utentes da região, que na quinta-feira se manifestaram em frente ao hospital do Barreiro contra o possível encerramento definitivo da sua urgência obstétrica.









