O serviço de urgência geral do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) registou tempos de espera que atingiram as 16 horas para doentes urgentes durante o fim de semana. A situação crítica expôs novamente as pressões sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS) na área metropolitana de Lisboa. De acordo com os dados do portal do SNS, no domingo de manhã, o tempo médio máximo para a primeira observação médica de doentes com pulseira amarela (urgentes) era de 16 horas e um minuto, um valor muito superior aos 60 minutos recomendados. Para os doentes com pulseira verde (pouco urgentes), a espera chegava a atingir as 18 horas.
A unidade hospitalar justificou a situação com "um pico anormal de procura e vários casos graves em simultâneo".
A situação gerou preocupação a nível nacional, levando o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a pronunciar-se, considerando a situação da saúde em Portugal "muito difícil" e que "os caminhos para sair dela são cada vez mais apertados".
O Chefe de Estado prometeu uma análise mais aprofundada ao setor após as eleições autárquicas.
Este episódio ocorre numa altura em que a Unidade Local de Saúde Amadora-Sintra já tinha aderido ao projeto "Ligue Antes, Salve Vidas", que incentiva o contacto prévio com a linha SNS24 para reduzir a afluência desnecessária às urgências, onde cerca de 55% dos atendimentos são de casos não urgentes ou pouco urgentes.
Em resumoO Hospital Amadora-Sintra enfrentou um colapso no serviço de urgência, com doentes urgentes a esperar até 16 horas, o que evidencia as fragilidades do SNS. A situação motivou uma reação do Presidente da República, que a classificou como "muito difícil", prometendo uma análise futura sobre os problemas estruturais do setor da saúde.