Os residentes relatam que estas embarcações circulam com música alta durante o dia e a noite, incluindo entre a 01:00 e as 04:00 da madrugada, perturbando o direito ao descanso.

Em resposta, a Câmara Municipal de Lisboa (CML) admitiu ter recebido queixas, mas ressalvou que a fiscalização da circulação destas embarcações no Tejo "não depende de licenciamento municipal, estando sujeita à fiscalização da Autoridade Marítima". No entanto, a Polícia Marítima de Lisboa contradisse esta posição, esclarecendo que a fiscalização do ruído "não é da sua competência, mas sim das câmaras municipais, no âmbito do Regulamento Geral do Ruído". A Polícia Marítima revelou ter recebido sete denúncias por ruído desde 2023, mas nenhuma das 20 infrações detetadas em embarcações marítimo-turísticas estava relacionada com este problema.

Perante o impasse, a associação de moradores, que reúne cerca de 300 pessoas, está a preparar uma nova queixa à Procuradoria-Geral da República, tendo contratado uma empresa certificada para realizar medições acústicas e juntar provas ao processo, criticando o que consideram um "clima de impunidade".