As autoridades portuguesas reforçaram as ações de proteção à população idosa, num contexto de crescente criminalidade que afeta esta faixa etária. A Guarda Nacional Republicana (GNR) lançou a operação "Censos Sénior 2025" para sinalizar e apoiar idosos em situação de vulnerabilidade, enquanto dados da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) e da Polícia de Segurança Pública (PSP) revelam um panorama preocupante de violência, burlas e isolamento. A operação "Censos Sénior 2025" da GNR, que decorre de 1 de outubro a 16 de novembro, mobiliza cerca de 420 militares para patrulhar e sensibilizar a população idosa, especialmente aqueles que vivem sozinhos ou isolados.
Em 2024, esta iniciativa sinalizou 42.873 idosos em situação de vulnerabilidade em todo o país. Os dados da GNR, recolhidos entre 1 de janeiro e 15 de setembro de 2025, são alarmantes, com o registo de 1.942 burlas, 4.964 furtos e 327 roubos contra idosos. Em paralelo, a operação "A Solidariedade Não Tem Idade" da PSP, realizada entre julho e setembro, identificou 391 idosos em situação de risco, sendo 140 por falta de autonomia e 67 por serem vítimas reiteradas de crimes. Os dados da APAV, relativos aos primeiros oito meses do ano, corroboram esta realidade: a associação apoiou mais de 1.550 idosos, vítimas de 2.861 crimes.
A violência doméstica representa 81% dos casos, sendo que em um terço das situações os agressores são os próprios filhos ou filhas.
O distrito de Lisboa lidera o número de vítimas apoiadas pela APAV (325), seguido por Braga (251) e Faro (211).
A combinação destas operações e estatísticas sublinha a urgência de uma resposta coordenada para proteger uma das faixas mais frágeis da população.
Em resumoA crescente vulnerabilidade da população idosa em Portugal motivou uma resposta reforçada por parte das autoridades. A GNR, com a operação "Censos Sénior", e a PSP, com a operação "A Solidariedade Não Tem Idade", intensificam o policiamento de proximidade e a sinalização de idosos em risco. Os dados da APAV e das forças de segurança revelam que a violência doméstica, as burlas e os furtos são os crimes mais comuns, muitas vezes cometidos por familiares, o que evidencia a necessidade de uma intervenção social e de segurança mais robusta para proteger esta população.