O serviço de urgência geral do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) registou tempos de espera que ultrapassaram as 15 horas para doentes urgentes, gerando uma situação de caos. A administração hospitalar aponta a elevada afluência, a falta de médicos de família e a ocupação de camas por doentes com alta social como as principais causas da sobrecarga. Durante a manhã de quinta-feira, os dados do portal do Serviço Nacional de Saúde (SNS) indicavam um tempo médio de espera de 15 horas e 6 minutos para doentes com pulseira amarela (urgentes), cujo tempo recomendado é de 60 minutos, e de 16 horas e 9 minutos para doentes com pulseira verde (pouco urgentes), que deveriam ser atendidos em 120 minutos.
Numa altura, encontravam-se 43 doentes à espera.
A situação não é nova, tendo-se registado picos semelhantes no fim de semana anterior.
Uma fonte hospitalar, citada pela Lusa, explicou que mais de 20% dos internamentos correspondem a "pacientes sociais" — pessoas com alta clínica que permanecem no hospital por falta de resposta social —, o que dificulta a admissão de novos doentes.
Para mitigar este problema, a unidade planeia criar uma unidade dedicada com cerca de 70 camas.
A ULS Amadora-Sintra serve cerca de 600 mil utentes, dos quais aproximadamente um terço não tem médico de família, o que aumenta a pressão sobre as urgências. O diretor das urgências, Luís Duarte Costa, admitiu à RTP que espera a continuação destes longos períodos de espera.
A administração já admitiu a intenção de criar equipas dedicadas à urgência até ao final do ano.
Em resumoA sobrecarga crónica da urgência do Amadora-Sintra, evidenciada pelos tempos de espera extremos, reflete problemas estruturais do SNS na região, incluindo a falta de cuidados primários e de respostas sociais para doentes com alta. A situação alerta para a necessidade de soluções integradas e urgentes para garantir o acesso atempado aos cuidados de saúde.