A quantidade de água armazenada diminuiu em todas as bacias hidrográficas de Portugal durante o mês de setembro, segundo dados do Sistema Nacional de Informação dos Recursos Hídricos (SNIRH). Embora a maioria das albufeiras apresente níveis superiores à média, as bacias do Ave, Mondego, Mira e, em especial, as do Algarve, encontram-se abaixo dos valores de referência, constituindo um alerta ambiental significativo. De acordo com o relatório, no final de setembro, as bacias algarvias registavam os níveis mais baixos do país, com a bacia do Barlavento a apresentar apenas 45,3% da sua capacidade. A situação é agravada pelos dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), que indicam que a precipitação em setembro correspondeu a apenas 60% do valor médio para o período de referência.
Das 60 albufeiras monitorizadas a nível nacional, apenas dez apresentavam disponibilidades hídricas superiores a 80%, enquanto cinco estavam abaixo dos 40%.
Em contraste com a situação crítica no Sul, bacias como a do Guadiana (82%) e a do Cávado (75,5%) mantinham níveis confortáveis.
Este cenário assimétrico funciona como um aviso crucial para a gestão dos recursos hídricos, particularmente em regiões cronicamente afetadas pela seca como o Algarve.
A descida generalizada dos níveis de armazenamento, mesmo em bacias com maior capacidade, reforça a necessidade de uma gestão prudente e de políticas de conservação de água por parte das autoridades e da população, alertando para a vulnerabilidade do abastecimento perante a variabilidade climática e a precipitação irregular.
Em resumoA descida generalizada dos níveis de água nas barragens em setembro, com especial incidência nas bacias do Algarve, que registam os valores mais baixos do país, serve de alerta para a crescente escassez de recursos hídricos e a necessidade urgente de uma gestão mais eficiente.